(Homenagem ao poeta Fernando Pessoa)
Eugénio de Sá
Foste quatro em vez de um
Até nisso foste um mestre
E em todos e cada um
Pra falar por eles nasceste;
Foste Caeiro, foste Reis
Foste Campos e Pessoa
Podias ser cinco ou seis
Pois nenhum de ti destoa
Mestre foste e serás sempre
Desta orgulhosa linguagem
Que nos embala p’lo mundo;
Pois tu, Fernando, fizeste
Renascer nos portugueses
O amor p’lo mar profundo!
Fernando Pessoa e Eugénio de Sá
Duas Visões - Um mesmo Tema
Quando é que o Cativeiro
Fernando Pessoa
Quando é que o cativeiro
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?
Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?
Quando, ao virar da esquina
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna
Da alma que Deus me deu?
Quando é que será quando?
Não sei. E até então
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.
Pergunta que me Faço
Eugénio de Sá
Pergunta que me faço
Carecida de resposta;
Serei escravo de um laço
Que no mau fado aposta?
- Porque ser de verdade
C’o a verdade de mim
É cousa da saudade
Que não eu sou mais assim
Nem gosto do que vejo
Do que sou, afinal;
Um proscrito sem pejo
Sem pejo, e sem moral
Mas diz-mo o coração
Que se quero mudar
Será mister então
Que a mim me queira amar
Bela, inteligente e justa homenagem ao poeta maior e, de quebra, a interação entre você e o Fernando Pessoa, simplesmente brilhante. Um grande e fraterno abraço ao amigo.
ResponderExcluirMagnífica homenagem de Eugénio de Sá ao grande patrono do Expressão Mulher!
ResponderExcluirFraterno abraço!
Maria João