LUIZ POETA - 1º CONVIDADO / MÊS

FALANDO DE MULHER

“EXPRESSÃO MULHER”

Quando Cecília Meireles deu para a palavra POETA, a anímica e inefável marca da MULHER,  tornou-a tão inequivocamente sublime, que ambas – Mulher e Poeta -  diluíram-se no que há de mais profundo na alma feminina: o sentimento.

Não basta às  mulheres, a ideia de eternizarem-se como musas de todos os homens especiais que possam amá-las e principalmente respeitá-las na maior dimensão que certamente mereçam... e merecem...

No âmago desses seres sensíveis repousa, muito mais que um homem especial, o poeta que as imortaliza,  quando dessa sensível mistura brota a mais frágil, tímida, rebelde, impetuosa e poderosa  flor, cuja natureza amorosa  denomina-a, essencialmente de POESIA.

EXPRESSÃO MULHER mais que um ambiente de encanto, sublimidade e talento feminino, é o aconchego desse POETA que há em todos nós – homens e mulheres – e que abre ternamente suas líricas mãos, para que a poesia exponha, nos azuis da mais sensível liberdade, esse ato que pensa, sente, ama, cria e principalmente celebra a vida que há na poesia de cada um de nós.

Viva o Poeta !

Viva a Poesia !

VIVA A MULHER !

Afetuosamente

Luiz Poeta  

( Luiz Gilberto de Barros )  às 19 h do dia 24 de abril de 2012 do Rio de Janeiro

Luiz Poeta

(Luiz Gilberto de Barros)

Como é difícil falar deste ser maravilhoso

sublime, misterioso,  denominado mulher...

como é difícil calar um verso impetuoso,

de um poeta habilidoso que no fundo sempre a quer...

Meu Deus, como é complicado riscar um verso discreto

que fale esse dialeto dos homens, pobres mortais,

um verso bem  inspirado que  diga o que a gente sente,

por elas... que incompetentes que somos, que animais !

A mulher é tão completa, sonhadora... realista...

Que nós, os especialistas, delas não sabemos nada,

E não basta ser poeta, ser homem ou ser amante

deste ser apaixonante, desta musa tão amada...

Para entender cada gesto ou ímpeto ou devaneio...

Quem não precisa de um seio para se tornar menino ?

Somos seres tão modestos diante desses monumentos,

Nunca estamos desatentos ao talento  feminino.

A mulher é tão divina e o homem é tão carente...

Meu Deus, como é atraente falar de uma mulher:

Inteligente, sensível, talentosa, companheira,

Eu daria a vida inteira para tê-la... quem não quer ?

Mas tê-la inteiramente: no espírito,em pensamento...

Em todo e qualquer momento e... na cama, por que não ?

Afinal, o coração de um homem só é completo

Quando este ser predileto habita seu coração.

A NAMORADA QUE ME DOU

Luiz Poeta

(Luiz Gilberto de Barros)   

A namorada que me dou, não é só minha,

Eu a divido com meus sonhos mais felizes;

Se estou sem ela, reconstruo os matizes

Do meu amor, tendo a saudade por vizinha.

A namorada que me dou se reconstrói

Em cada instante mais sublime da emoção,

Quando passeia dentro do meu coração

E acaricia um desejo que nem dói.

Eternizando-se em benditos sentimentos,

Ela se solta no melhor dos meus momentos

E com seu jeito sedutor de conquistar,

A namorada afetuosa que me dou

Passa a ser minha totalmente, quando eu sou

Todo o desejo sedutor que ela sonhar.

AQUELA

Luiz Poeta

(Luiz Gilberto de Barros) 

Aquela que dorme contigo e resvala

A pele morna na pluma da tua pele

Aquela que quando beija, te fala,

E que ao beijar-te,  te excita e te impele

A ir como um barco frágil  à deriva,

No rumo  veloz de uma cachoeira,

Aquela que nunca te nega ou te  priva

Da tua mais feliz emoção costumeira...

Aquela, que cria no fogo, a centelha

Do teu prazer mais doce, mais sentido,

Aquela que morde o lóbulo da tua orelha

E como uma lágrima, entra em teus ouvidos...

Aquela...é ela que te vem, quando tu dormes,

Entra no teu sono e se perpetua

Em tua aflição de solidões enormes

E ousa te dizer:  - Me beija, que eu sou tua !

Aquela... essa mulher incrivelmente bela

Que some...vagamente quando o teu desejo

Liberta a tua alma em êxtases... é ela...

Que beija tua boca... com teu próprio beijo.

AMIGA 
Luiz Poeta

(Luiz Gilberto de Barros)

Eu queria, amiga, te falar tantas coisas...
Falar do carinho e do respeito que eu te sinto,
Mas por mais que eu fale, sabe, amiga, eu minto,
Pois não digo tudo – e mereces tanto.
O meu coração enxerga até teu pranto
Silenciosamente solto no teu rosto
E só os sensíveis choram desse jeito,
Quando o coração explode em pleno peito
E ninguém escuta tua emoção...

Eu queria, amiga, te dar um presente:
Um perfume, um poema, quem sabe... uma canção...
Mas tu és tão grande, tão abençoada,
Que eu não te dou nada... só meu coração.
Sabe, amiga, sem saber tu és
Uma irmã que já faz bem parte de mim
E ouves sabiamente o meu lamento triste,
Minhas alegrias, minha história, enfim.

E... que engraçado... não me cobras nada !
Por tanto carinho e compreensão,
Por isso, amiga, eu te dou  o instante
Em que tu és a calma no meu coração.

NINFAS DE SAL

Luiz Poeta

(Luiz Gilberto de Barros) 

  

O canto das sereias vêm no vento,

Ou no rumor das ondas... vêm nas águas

Que inundam cada um dos sentimentos

Quando um olhar navega um mar...de mágoas...

São cantos sedutores, são gemidos

Sensuais da solidão solicitando

O coração de um náufrago ferido

Que ama a ficção se está...sonhando.

Ó ninfas sedutoras que habitais

A triste solidão fria do cais

Que o meu olhar insiste em percorrer...

Os vossos corpos têm os mesmos sais

Dessas sereias nuas...e abissais

Em cujos tristes ais hei de morrer.

TUA PELE É TUA PÁGINA MAIS LISA

Luiz Poeta

(Luiz Gilberto de Barros)  

Tu és livre para amar quem tu quiseres,

Não esperes que alguém solte as amarras,

Aproxima teu amor de quem  tu queres

Alguém sempre quer amar preso nas garras...

Vamos, deixa-te envolver e cicatriza

Tua dor com esse amor que te impele,

Tua  pele é tua página mais lisa,

O poema é o amor na tua pele...

Quando a força da paixão rompe as correntes

Só tu sentes a mais pura sensação

De amar solta no mar do que tu sentes,

O furor do teu amor é a paixão.

Entretanto, esse teu canto suaviza

O encanto santo desse encantamento

Que por mais que seja breve, eterniza

O teu mais sincero amor...  num só momento

BUCÓLICA
Luiz Poeta

(Luiz Gilberto de Barros)

No sonho que te sonho tu passeias...
Bucólica, vestida de luar

Diamantes cintilando nas bateias
Do céu... e eu perdido em teu olhar.

Enfeitas meu amor com teu sorriso,
Teu riso desafia a alma da flor
Que brota nos jardins do paraíso,
Narciso até te olha... com amor.

No sonho que te sonho, tu me fitas,
Bendita com teu jeito de princesa...
Afago os teus cabelos...não me evitas,
Bonita...enfeitando a natureza...

Afetuosamente tu me tocas,
Evocas mansamente meus desejos;
O orvalho nos meus olhos não retocas,
Preferes completar-te nos meus beijos.

A fonte cristalina te espelha
Querendo te sentir sem te tocar,
A árvore mais forte se ajoelha,
Na intenção de mais te admirar...

As flores se abrem à tua passagem,
São pajens do esplendor que tu possuis;
Teus gestos se completam na paisagem
E aos poucos nos meus sonhos te diluis.

Então, com o mesmo amor que te criara,
Na avara intenção de te amar,
Construo, na emoção que te repara
A rara sedução de te sonhar.

MÃE DOS FILHOS DE QUE MÃE ?

Luiz Poeta

(Luiz Gilberto de Barros) 

Cada retrato que te dão é tão distante

Dessa visão de mães que deixam seus rebentos,

Nos vãos estreitos dos caminhos violentos,

Quando o amor tornou-se tão... irrelevante.

Quem se embevece ao te invocar e se emociona

Ao perceber-te contemplando o Criador,

Sabe que amar-te é conviver com teu amor,

Buscando amor no amor que te dimensiona.

Porém o mundo se tornou tão insensato

E esse retrato se desfaz na mãe que crê

No próprio passo e nem percebe que só vê

A trajetória que se dá, quando esse ato,

Tão arbitrario, pueril e  Independente

Deixa, no mundo, um filho – teu -  pobre... e indigente.

MULHER-MENINA
Luiz Poeta

(Luiz Gilberto de Barros) 

Há uma menina em teu interior
Que te visita sem te avisar,
Ela te invade expulsando a dor
Junto com a lágrima do teu olhar.

Tu só precisas, quando ela chegar,
Deixá-la solta, porque essa menina
Só fica triste se te vê chorar...
Com teu sorriso, ela se ilumina.

Tu tens direito a essa liberdade !
Quando a saudade vem te visitar,
Essa menina solta te invade
Com a vontade doce de sonhar.

Tua alegria fica cristalina
E se mistura em tua solidão
Porque, no fundo, és essa menina
Que se ilumina... no teu coração.