*AMÉLIA DE OLIVEIRA (1868-1945, Palmital de Saquarema/Estado do Rio de Janeiro - Brasil)




















PÓSTUMA
Poesias

AMÉLIA DE OLIVEIRA
Impressos Mauá Ltda
Praça Mauá, 7 - RIO
MCML




NÃO VEM
Amélia de Oliveira

Bate o luar nos vidros da janela :
“Noite ! e bem tarde já ! Angustiada,
Ela tenta iludir a alma cansada
Buscando o riso fugitivo dela.

Ouve fora um rumor, o ouvido vela
Atento. “Certamente na calçada
Vem alguém”. E sorri, alvoroçada,
Mas logo em pranto o seu olhar se estrela.

Ninguém !... Como é cruel o isolamento !
Ninguém !... Sòmente a merencória lua
A percorrer o azul do firmamento !

E, muda e triste, ali, ela, sòmente,
Olhando ao longo da isolada rua
Medita e chora dolorosamente !



A CLAEDI
Amélia de Oliveira
(No dia dos seus anos)

Pedi ao sol um raio luminoso,
A Venus — o seu brilho diamantino,
Pedi as brisas um suave hino,
E a Deus — a inspiração de um ser glorioso !

Tudo que existe, belo, magestoso,
Tudo que existe de ideal, divino,
Eu quis reunir, Claedi, e o teu destino
Saudar ! — Saudar o teu viver ditoso !

Mas o sol, lá no ocaso, se escondendo,
Não me atendeu ! se escondendo,
Não me ouviu ! Venus, calma, sôbre a altura,
Muda, sorriu-me desdenhosamente !...

A brisa se ocultou, emudecendo...
E Deus que assim te fez tão santa e pura,
Não me atendeu ! — O Deus onipotente !...





EXCELSIOR
Amélia de Oliveira

Canta ! Feliz do peito feminino
Quando, assim como o teu — profundidade
Onde a pérola dorme da piedade —
Tem que o traduza uma harpa de ouro fino.

E feliz do que ouve o som divino
E fica a repeti-lo com saudade
De quem, se alando em sonho à imensidade,
Ouviu dos anjos, lá, dispersos, o hino !

Essa harmonia excelsa, entre os vulgares
Ruídos da vida, me arrebata e enleva;
E, ao seu influxo e musical concerto,

Subo — ficam-me abaixo a terra e os mares;
Subo — ficam-me abaixo a poeira e a treva;
Subo... Eis-me em plena luz do firmamento !




 PULVIS EST
Amélia de Oliveira

Não penses nunca que, através da vida,
Existe um paraíso à nossa espera;
Isto não passa de falaz quimera
A que a alma se apega de iludida !

Quando a esperança já se tem perdida
E o pensamento aflito desespera,
Quando nos é trocada a primavera
Pela velhice triste, aborrecida...

Nada nos resta mais — a sepultura
Sòmente — onde devemos sossegados
Dormir da morte o sono ! Ela sòmente !

Nem de sonhar teremos a ventura,
Jazeremos na poeira inanimados,
Na mudez do sepulcro, eternamente !...





SOMBRAS
Amélia de Oliveira

(Sôbre o livro deste título da ilustre poe-
tisa  D. Presciliana Duarte de Almeida)

Sombras... por quê? A inspiração divina
Que toda se enche e em teu cantar transborda,
A vida que te pulsa em cada corda
Da sonorosa lira peregrina.

É luz, é resplendor que nos fascina
E a alma levanta, e, como a um sol, a acorda;
Longe fica o pezar nem o recorda 
A gente... Almo prazer só nos domina...

Sombras... Mas quem, meu Deus, não viu fugace,
Nuvem num dia de beleza extrema,
Toldar-lhe o largo azul do céu risonho ?

Caem-te em fio as lágrimas à face ?
Cristaliza-as no verso e faze um poema
Cheio da tua dor e do teu sonho…




Fala-me sempre desse tempo, desse
Passado cheio de ilusões queridas;
Belos perdidos sóes, tardes perdidas
A cismar em um bem que hoje fenece !

A tristeza cruel que permanece
Em meu peito, não há de as recolhidas
Lembranças apagar, as doloridas
Lembranças que jamais minh’alma esquece.

Fala-me sempre desse tempo, embora
Venha a meu rosto a mágoa da saudade,
Venha aos meus olhos doloroso pranto !

Quero sentir ainda, quero agora
Sentir aquela dúvida e ansiedade
De amor primeiro, do primeiro encanto !




À MINHA MÃE
Amélia de Oliveira

Lembrando a nossa amizade,
Na minha dor envolvida,
Eu vou, ó morta querida,
Levar-lhe a minha saudade.

Pobre saudade ! No entanto,
Era assim que ela pedia :
“A saudade em poesia”
Hoje orvalhada de pranto.




PRECE
Amélia de Oliveira

Não te peço a ventura desejada
Nem os sonhos que outrora tu me deste
Nem a santa alegria que puseste
Nessa doce esperança já passada.

O futuro de amor que prometeste
Não te peço ! Minha alma angustiada
Já te não pede do impossível, nada,
Já te não lembra aquilo que esqueceste !

Nesta mágoa sorvida ocultamente,
Nesta saudade atroz que me deixaste,
Neste pranto, que choro inda por ti,

Nada te peço ! Nada ! Tão sòmente
Peço-te agora a paz que me roubaste !
Peço-te agora a vida que perdi !




SONETO
Amélia de Oliveira

Noite fechada ! O espaço inteiramente
É trevas. Que tristeza encerra esta hora
Em que tudo é silêncio e a alma que chora
Abafa as vozes do sofrer latente !

Mas um canto vibrou, longe, plangente,
Quem é que a solidão perturba agora ?
Ah ! quem se atreve pela noite a fora
Um grito desferir, lugubremente ?!...

É, porventura, uma alma forasteira,
Que vagueia sozinha na espessura
Da noite, procurando a companheira ?

Não... Talvês seja a gargalhada insana
De alguma ave de agouro que procura
Escarnecer da dor da vida humana !




AQUÊLE DIA
Amélia de Oliveira

Como esse dia foi ridente e lindo !
Como do sol os grandes resplendores
Inda recordo e vejo ! — O espaço infindo
Todo azul, borboletas multicores.

Duas a duas, céleres, abrindo
As asas  entre lúcidos vapores,
Sentindo em tudo nova luz, sentindo
Novo mundo ideal, novos amores...

Depois a tarde a desmaiar, deixando
No horizonte seus raios diamantinos,
Uma tristeza mística espalhando...

Depois, a imensa noite que descia,
Abrigando em seu seio os ais divinos,
Ais derradeiros do final do dia !



Morrer sozinha não, eu tenho medo
Da feia morte esmagadora e fria;
Tenho medo da eterna moradia,
Longe de todos, do cruel degredo !

Morrer agora não, é muito cedo !
Eu não quero deixar a luz do dia !
Da eternidade, a entrada, erma e sombria
Faz-me tremer o pávido segredo !

Morrer sozinha não, tu prometeste
Acompanhar-me à lúgubre morada,
Acompanhar-me aos paramos medonhos...

E um juramento um dia fizeste !
— Um juramento — a tua fé jurada !
Não foram sonhos não, não foram sonhos !





FALSA ESPERANÇA
Amélia de Oliveira

Tua história por boca indiferente 
Outrora ouvi e, assim, tão desgraçada !
Senti tôda por ela a alma tomada
Da mais profunda comoção ardente !

Consagrei-te afeição, sincera e crente;
A Deus pedi por ti; a desejada
Ventura ao céu roguei te fosse dada,
Em troca desse amor ímpio e latente.

Procurei consolar-te, carinhosa;
Busquei da vida o mais suave enleio,
E a esperança surgiu, emfim radiosa !

Porém, bem cedo evaporou-se o encanto...
E tens o peito de saudades cheio,
E tens as faces úmidas de pranto !





À MINHA IRMÃ
Amélia de Oliveira

Escuta — os gozos meus, tôda a ventura
Todos os sonhos e ilusão, querida,
Tudo deixou-me, tudo ! nesta vida
Nada me resta mais que noite escura.

A que sorte cruel, amarga e dura,
Deus condenou-me ! Esta alma dolorida
Já sem fôrça, ai de mim ! vejo rendida
À tristeza, ao pezar, á desventura !

O que hei feito, não sei; em vão banhado
Tenho meu rosto desse pranto triste,
Tenho mágoas sem conta em vão sorvido !

Não sei porquê, escuta, meu passado
É todo aquêle que, a chorar, me ouviste,
E que eu senti passar sem ter vivido ! 




Tudo passou... Foi sonho ? não sei nada.
O que eu sei é que fui alegre outrora;
Não tinha o pranto que em mim vês, agora,
E nem no peito a mágoa encarcerada.

Quantas vezes, minh’alma, espaço em fora,
Voou, voou, da vida arrebatada...
Quanta vez, contemplando o azul da aurora,
Não sorriu, docemente descuidada...

Mas de um dia, me lembro , em que, contente,
Adormeci, sem nunca haver pensado
O que pudesse ser desgosto e mágoa.

Quando acordei... Foi sonho ? Sei sòmente
Que, pela vez primeira, amargurado
Senti o peito e os olhos cheios d’água.




LÁGRIMAS
Amélia de Oliveira

A lágrima das mães é conhecida,
Dentre as lágrimas todas, por mais pura,
Dizem mesmo que tem mais amargura,
E que é por Deus, talvês, a preferida.

A lágrima de irmãos, — também fulgura.
Há nela a santidade concedida
Pelas torturas desta triste vida,
E, assim, como a das mães, se eleva e apura.

A lágrima de amigos, docemente
Suaviza a existência malograda,
Enche às vezes de luz noite trevosa.

Porém, a que mais dói, a mais ardente,
É a lágrima oculta, amargurada,
Longa, triste, cruel, silenciosa!... 




NOITE
Amélia de Oliveira

Quando a hora final da Ave-Maria
Deixa o eco voar espaço em fora;
Nesse momento em que a melancolia
Mais na terra se estende e se demora.

Quando a sombra da noite que apavora
Encobre o sol, escurecendo o dia;
Quando não temos mais da última aurora
A doce luz, embora fugidia;

Quando as trevas mais negras vão crescendo
E cobrem tôda a natureza; quando
Repousa e dorme tudo em paz — gemidos

Ouvem-se, o espaço inteiro percorrendo...
É que, tristes, no mundo, soluçando,
Vagueiam muitos corações perdidos... 




MUDANÇA
Amélia de Oliveira

Passa uma aurora e surgem lentamente
Novas auroras sob o azul da esfera;
O verão, sucedendo a primavera,
Enche a terra de sol purpúreo e ardente.

Vem o outono, monótono, cadente,
Dizimando das árvores a hera;
Depois o inverno frígido, que impera
Na grande natureza inteiramente.

Felizes vós que nunca a alma ferida
Tivestes por desgosto e por saudade !
E nem nunca dos risos e da graça

Sentistes falta no correr da vida !
Não vos fieis no tempo, a felicidade
O tempo rouba, o tempo despedaça !...




Já não bastam as dores que hei sofrido ?
Já não tenho bastante suportado
Essas mágoas profundas de exilado,
Êste viver tão triste e dolorido ?

Que grande mal, que crime hei cometido ?
Qual é pois neste mundo o meu pecado
Para que o riso meu seja olvidado,
Para que seja meu prazer banido ?

A causa desconheço da tortura
De meus dias, a vida já passada
Tenho-a de novo tôda em pensamento.

Não sei porquê não posso achar ventura !
Não sei porquê minh’alma é condenada
A tão cruel e duro sofrimento ! 




JURACY
Amélia de Oliveira

Tôda vez que recordo essa menina,
Sinto o pranto despertar-me a saudade;
Alvo lírio entreaberto à claridade
Dos raios de uma estrela vespertina !

Tão formosa ! tão meiga ! tão divina !
Tombaste alegre na primeira idade !
Ave ! quem arrancou-te à liberdade ?
Flor ! quem roubou-te à aragem matutina ?

Em um esquife azul eu vi, deitado,
Seu débil corpo, belo e pequenino,
Todo de estrelas de ouro salpicado !

Sôbre seu peito as mãos entrelaçadas...
Oh Deus ! por quê não mudas o destino
De tantas criancinhas condenadas?!...




M O T E
Amélia de Oliveira

                        Já fui amada e querida,
                                Agora sou desprezada.

 Glosa

Fui amada antigamente,
Há vinte anos passados !
Eu vivia tão contente...
Eu tinha tantos agrados...
Vendo pessoa amiguinha
Que tanto a si me prendia !
Que eu julgava minha, minha,
E tanto bem lhe queria !...
Mas o tempo foi passando,
Ai ! como é triste esta vida !
Agora vivo cantando :
Já fui amada e querida.

Tudo acaba neste mundo :
Gôsos, tristeza, ventura !
Felicidade não dura !
Morre o afeto mais profundo !
Já tenho sofrido tanto
Tanto, tanto, tanto, tanto...
Que já não posso ter pranto
Para o que sinto perdido !
Hoje, apenas com saudade,
Recorda a vida passada :
Fui amada de verdade !
Agora sou desprezada. 




ABANDONO
Amélia de Oliveira
(Recordando a Engenhoca*)

Talvês já tudo tenhas esquecido :
Aquela casa e as árvores frondosas,
Da entrada do caminho as brancas rosas
E o coqueiral, altivamente erguido.

O bando de aves tímidas, saudosas,
A deferir seu canto enternecido,
E aquêle céu azul, indefinido,
Cheio de sóes, de estrelas luminosas.

Quanta mudança encontrarás se um dia
Ali fores !. . . Tristonhos, tumulares,
O arvoredo, o rosal !... O espaço mudo.

E só, errante, a soluçar, sombria,
A saudade acharás se ali voltares !
Mas... Talvês tenhas esquecido tudo!


(*) – chácara onde residiu Amélia de Oliveira em Niterói/Estado do Rio de Janeiro.  



S A U D A D E
Amélia de Oliveira
             A Isabel Souto

Perpassa o vento as sílabas cantando
De teu nome; por entre a ramaria
Escuto as aves em profundo bando,
Chamando-te em clamores de alegria.

Sôbre o prado florente, à tarde, quando
O sol desmaia no final do dia,
Poe entre as flores, triste, meditando,
Vejo-te a imagem plácida, erradia...

De tua voz sonora o timbre ainda,
Suave e puro, eu sinto docemente
Ferir-me o ouvido em música divina;

Tudo me traz de ti saudade infinda,
Saudade que se aviva eternamente
E que a alma inteiramente me domina !



A UM IRMÃO
Amélia de Oliveira

A ausência traz a saudade,
Traz a tristeza também;
Faz aumentar a amizade
Daquele que nos quer bem.

Daí, da serra da estrela,
Do céu azul e estrelado,
Vem procurar-me à janela
O teu espírito alado.

Vem ver-me a face, abatida,
Que a luz do dia descora.
— A côr da rosa, perdida,
Tão diferente de outrora !

Vem ver-me os olhos, que tantos
Diziam :”de luz ardente.
Hoje somente têm prantos.
Têm dôres, mágoas, somente.

Da irmã querida, os cabelos
Estão todos prateados !
Que pena, agora, revê-los,
Lembrando os dias passados !

Ai ! da extinta mocidade
Só me ficou a ternura !
E o grande amor, a amizade
Que dia a dia, se apura.




M A R I C A S
Amélia de Oliveira

Com que saudade e tormento
Eu me recordo de ti !
Vejo-te a todo momento
Como outrora aqui te vi !

Nos teus olhos a ternura !
No teu sorriso o carinho !
Hoje que grande amargura !
Das flores resta-me o espinho !

Se eu pudesse acompanhar-te !
Ó como feliz seria !
Tu mesma deves lembrar-te
Como sempre isto eu dizia !

Deixe que eu chore e lamente
Todo esse tempo passado !
Eu que, feliz e contente,
Vivi sorrindo a teu lado !

Hoje, ó triste sorte ingrata !
Quando me sinto sozinha,
A tristeza me arrebata,
Tôda a minha alma definha !

E vai partindo, sonhando,
Para uns mundos que formei,
Lá onde vejo, passando,
Os entes que mais amei. 




LUGAR QUERIDO
Amélia de Oliveira

(Diante de um quadro de Alzira Mariano de Oliveira **)

É este o lugar querido,
Porém triste e abandonado !
Falta a sombra de um vestido,
Falta um vulto idolatrado !

Onde se oculta? Em seu quarto
Ali bem perto ? — Talvês...
Ai ! desta ilusão me aparto,
Bem sei que ausente se fez !

Levou-a Deus ? — Som, consigo
Levou-a, cheia de graça !
Deixou-nos aqui; maldigo
A nossa imensa desgraça !

Podia eu viver sem ela ?
Não. Impossível viver !
Pois vivo; melhor seria
Morrer, mil vezes morrer !

E vejo o lugar querido
Cheio de dor e saudade !
Pobre Templo ! ainda hoje erguido !
Pobre Altar ! sem divindade !

                          20/4/1919.


 (**) - irmã de Amélia de Oliveira 




A BONECA DE BRÍGIDA
Amélia de Oliveira

Mamãe, para eu ir à rua
Preciso de uns sapatinhos;
Os meus estão todos rotos,
Já não prestam, coitadinhos !...

Da porta, eu vejo meninas
Tão bonitas e enfeitadas,
Sapatinhos de pelica...
Meias de seda, bordadas...

Nem siquer umas sandálias
Eu não tenho, mamãezinha;
Bem sabes que sou faceira,
Quero ser mais bonitinha.

Nada tenho, nada, nada,
E tanta coisa eu queria...
Só tenho aquela boneca,
Que é hoje a minha alegria.

Mais não chores, mamãezinha,
Pede ao papai pra comprar,
Ao menos, uns chinelinhos
Para eu domingo calçar.

E a mãe pensa na boneca,
— Que vendida, certamente,
Renderia algum dinheiro
Para a filha ver contente.

Pobre criança ! que a sorte
Não lhe quer dar alegria !
Ou boneca, ou sapatinhos ?
— O que a sorte escolheria !...

Também boneca é filha,
É filha muito querida !
Soluça a meiga criança;
A filha vai ser vendida. 



     "... uma senhora, cuja suave recordação
devemos preservar : — D. Amélia de Oliveira.
 Era tímida e retraída. Era por demais modesta; 
e se ainda estivéssemos na época das imagens românticas 
a compararíamos talvês com a recatada violeta... 

    Possuía, entretanto, apreciáveis dons de poetisa. E se tivesse 
gostado da publicidade, seu nome estaria agora, provàvelmente, citado entre os das nossas melhores escritoras, e seus sonetos figurariam em antologias.”

                                       MUCIO LEÃO
                                “Jornal do Comércio”
                                       (14/4/1945) 

(incluso no Livro "PÓSTUMA-Poesias", de Amélia de Oliveira)





A GRANDE MUSA DE BILAC
(A propósito de Póstuma, versos de 
Amélia de Oliveira)

Lendo os versos de Amélia de Oliveira,
A grande musa de Bilac — eu penso
Que a alma lhe sublimou a vida inteira.

Tem seu estro a fragrância verdadeira
Das lindas rosas de um jardim suspenso
E, entre volutas místicas de incenso,
Sua imagem reluz, doce e fagueira.

Santificando a dor, viveu no exílio
De si mesma, nimbada pelo idílio
De uma afeição romântica e secreta.

Mesmo assim, nestas páginas sentidas,
Revive a flor das ilusões perdidas,
À luz da glória do seu grande poeta!

                                      Mário Linhares
                           (Jornal do Brasil, 6/5/1951)


 (Do Livro "O Noivado de Bilac", de Elmo Elton, COLEÇÃO "REX", Edição da "Organização Simões", Rio, 1954, página 140)



Nota do EM:

 Amélia de Oliveira costumava usar na publicação de seus poemas o pseudônimo de "Emília da Paz".









Mais sobre AMÉLIA DE OLIVEIRA
e sua história de amor com o poeta Olavo Bilac
no segmento "ENVOLVÊNCIAS"

ACESSAR:

  



3 comentários:

  1. Belíssima, a poesia clássica de Amélia de Oliveira. Uma preciosa escolha que se inclui nesta actualização da Expressão Mulher.
    Os meus parabéns às minhas ilustres amigas, as poetas Regina Coeli e Ilka Vieira.
    Saidações portuguesas do Eugénio de Sá

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  2. Fiquei muitíssimo encantada e agradecida, por ver um trabalho tão belo, onde retratam fielmente a vida e o belo romance de minha tia-avó Amélia de Oliveira, que tanto admiro e que muito me inspira.
    Obrigada Regina, por ter entrado em contato comigo e por ter-nos dado esse presente maravilhoso!
    Um beijo no seu coração.

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    Respostas
    1. Querida poetisa Patricia Oliveira,

      inúmeras têm sido as alegrias por conta da inclusão dos versos de Amélia de Oliveira / Amélia de Oliveira & Olavo Bilac nas minhas páginas de Amor e Poesia! Nada é mais como antes depois dessas páginas! Quanto Amor, Sedução, Respeito, Poesia, Adoração e Eternidade no ar! Obrigada, querida poetisa, por me ter autorizado a realizar o que realizei, trazendo à tona borbulhas de Amor que os tempos atuais não mostram mais em forma tão pura e poética... Veio à tona a história dos sentimentos sinceros, sentidos com Poesia... Continue a escrever, Patricia, escale as letras e os Sentimentos e perpetue a maravilhosa saga de poetas da Família Mariano de Oliveira (Alberto de Oliveira, Amélia de Oliveira e Outros) da qual você faz parte.

      O Carinho Eternamente Agradecido do Blogue Expressão Mulher-EM
      (Ilka Vieira, in memoriam, e Regina Coeli)
      Rio de Janeiro/RJ.

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